Uber oferecerá corridas gratuitas para mulheres denunciarem violência doméstica

Uber oferecerá corridas gratuitas para mulheres denunciarem violência doméstica
Uber oferecerá corridas gratuitas para mulheres denunciarem violência doméstica

Uber oferecerá corridas gratuitas para mulheres denunciarem violência doméstica.

Do Jornal Extra – A Uber anunciou, nesta quinta-feira (dia 3), que vai fornecer corridas gratuitas para que mulheres possam denunciar violências domésticas. A iniciativa, em parceria com Instituto Avon e Wieden+Kennedy, foi motivada pelo aumento expressivo desse tipo de violência durante a pandemia: na comparação entre os meses de abril de 2020 e 2019, esse índice cresceu 40%, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).

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Funciona assim: mulheres que se sentirem ameaçadas podem fazer contato pelo Whatsapp (11) 94494-2415 e responder a perguntas de uma assistente virtual, que buscará entender o grau de risco que elas correm. Tudo é feito de forma muito discreta para não chamar a atenção do agressor.

Após a primeira etapa, a vítima recebe um código promocional para solicitar uma viagem de forma gratuita no aplicativo e se deslocar com independência até um hospital, uma unidade de saúde, uma delegacia ou um centro de atendimento que presta serviços de assistência social e psicológica e orientação jurídica.

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Claudia Woods, diretora-geral da Uber para o Brasil, explicou que ainda não há previsão para descontinuação desse projeto:

“Nós já ajudamos mais de 3.300 mulheres. Vamos manter essa assistência até o final de 2020, pelo menos. Tudo será decidido conforme avançarem os números”, afirmou Claudia, em coletiva de imprensa.

O governo também possui um canal de denúncias para casos de violência doméstica: o número 180. Por meio da Central de Atendimento à Mulher, a vítima ainda pode receber informações sobre seus direitos. O telefone funciona 24 horas, sete dias por semana.

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Muito além da agressão

A professora do Insper e pesquisadora em economia de gênero, Regina Madalozzo, alerta que, embora muitas mulheres não se deem conta, a violência doméstica vai muito além da agressão.

“Essa violência é muito mais vezes psicológica do que física. Muitas famílias passam por isso e não sabem, acabando por naturalizar esse tipo de comportamento”, esclarece a professora: “ela pode ser motivada por pedir que o marido assuma uma tarefa doméstica, como forrar a cama; pode ser por não fazer a comida escolhida pelo outro; ou, até mesmo, pela recusa do sexo.”

Quando essa agressão acontece no campo psicológico, em geral, é mais sutil, porém constante, e causa enorme dependência emocional e redução da autoestima da vítima.

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Suporte às parceiras mulheres

Para fazer com que as mulheres se sintam menos vulneráveis ao selecionar uma corrida por aplicativo, a Uber lançou no ano passado um mecanismo que une passageiras e motoristas do sexo feminino.

A opção “U-Elas”, desenvolvida pelo time brasileiro da empresa, foi testada inicialmente em Campinas (SP), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), mas já está disponível em diversas outras cidades do país, até mesmo do interior.

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A ferramenta visa estimular maior adesão de mulheres à plataforma, já que elas representam apenas 6% do total de motoristas do app. O filtro de passageiros pode ser ativado ou desativo a qualquer momento e está disponível tanto para aquelas já dirigem com a Uber, quanto para as novas parceiras da Uber.