Relator da MP 927 adia depósito do FGTS por parte das empresas

Relator da MP 927 adia depósito do FGTS por parte das empresas
Relator da MP 927 adia depósito do FGTS por parte das empresas | © Reprodução

Relator da MP 927 adia depósito do FGTS por parte das empresas.

O senador Irajá (PSD-TO), relator da medida provisória (MP) 927, que trata de flexibilizações das leis trabalhistas durante o período da pandemia, aumentou o período em que os empregadores estarão livres de depositar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O documento foi apresentado nesta quinta-feira e deve ser votado nesta tarde em sessão convocada na noite de ontem pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Na proposta anterior, a suspensão dos depósitos do FGTS era apenas dos meses de abril, maio e junho deste ano. O novo texto prevê a suspensão dos depósitos do ano todo, enquanto durar o estado de calamidade pública. Esses valores serão depositados em 2021, em 12 parcelas mensais e sem a cobrança de atualização monetária, multa ou outros encargos.

“Sabemos que a pandemia está se prolongando mais do que o esperado e três meses de diferimento parecem pouco, dadas a queda na produtividade e os impactos econômicos ainda imprevisíveis. É mais um fôlego para as empresas em dificuldades. Não se trata de uma isenção. Estamos falando de prazos para pagamento e redução de encargos e juros totalmente descabidos em tempos de pandemia”, diz o relatório.

O relator também alterou o trecho que estabelece que o acordo individual entre patrão e empregado terá prevalência sobre as leis trabalhistas e acordos coletivos com o objetivo de preservar empregos durante a crise. Com a nova redação, essa previsão fica restrita ao período de calamidade pública.

Para as profissões que já têm jornadas diferenciadas, como profissionais de saúde, o novo texto propõe que, durante a calamidade pública, as horas adicionais acordadas irão compor a jornada normal de trabalho com acréscimo de 20% na remuneração. Essa mudança é restrita a este ano.

O relatório chegou ao Senado após aprovação na Câmara. Se os senadores decidirem apoiar as mudanças propostas, o projeto deverá voltar para uma nova votação pelos deputados. A Câmara terá até semana que vem para apreciar as alterações para que a MP não caduque.

— Como qualquer mudança de conteúdo, provocaria necessariamente pelo regimento o retorno a Câmara. Por isso é importante votarmos porque o prazo vence dia 18, semana que vem, então a Câmara teria tempo hábil, uma semana, para poder avaliar também, o texto aprovado no Senado e se manifestar diante das alterações — disse o senador.

Fonte: Jornal Extra