Fim do Auxílio Emergencial cortará bilhões do consumo em 2021

Fim do Auxílio Emergencial cortará bilhões do consumo em 2021
Fim do Auxílio Emergencial cortará bilhões do consumo em 2021

Fim do Auxílio Emergencial cortará bilhões do consumo em 2021.

O  fim do auxílio emergencial do governo vai reduzir em R$ 100 bilhões os recursos da massa salarial disponíveis para consumo no início de 2021. Será uma redução de 10% em relação à massa salarial que estava disponível para o consumo no terceiro trimestre deste ano, equivalente a R$ 1 trilhão.

Os cálculos são do economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, e foram apresentados durante o Bradesco Day, evento online em que a instituição apresentou suas estratégias para este ano e para 2021.

Poupança cresceu neste ano e pode ajudar 2021

Ainda assim, a expectativa é que essa redução do dinheiro para consumo não tenha um impacto tão severo no Produto Interno Buto (PIB) do primeiro trimestre. O aumento da poupança dos brasileiros pode ajudar a compensar essa redução, diz o economista.

“Houve um aumento de R$ 1 trilhão nos depósitos nos bancos, que saltaram de R$ 2,3 trilhões para R$ 3,2 trilhões durante a pandemia. A expectativa é que quando o auxílio emergencial acabar, os brasileiros comecem a sacar esse dinheiro da poupança, reduzindo o impacto no crescimento econômico”, explicou Honorato.

Outras medidas para a economia

Além disso, ele afirma que outras medidas de estímulo à economia, como os juros baixos, maior oferta de crédito e redução dos depósitos compulsórios dos bancos ajudem na recuperação. O Bradesco prevê retração de 4,5% no PIB deste ano e uma expansão de 3,5% em 2021.

Entre os riscos para a recuperação econômica, Honorato apontou uma possível segunda onda de contaminações pela Covid-19. Mas a notícia de que a vacina da Pfizer teve resposta de imunização de 90% traz um alento, e talvez ela já esteja disponível no Brasil no ano que vem.

“Isso vai determinar o ritmo de recuperação da economia, diz Honorato.

Outro ponto de interrogação sobre a recuperação econômica do país é o quadro fiscal que se agravou com a pandemia. No Brasil, a relação dívida/pública PIB deve fechar 2020 em quase 100%, a maior relação entre os países emergentes.

Para Honorato, entretanto, a dívida é manejável e é possível trazê-la a um patamar menor, cumprindo o teto de gastos e avançando com a agenda de reformas. Para Honorato, o câmbio acima de R$ 5,40 e a alta da curva de juros de longo prazo são reflexos da desconfiança do mercado em relação à situação fiscal.

Fonte: Agência O Globo